que um amigo se reconheça
sempre
na face de outro amigo
e nesse espelho descanse
seus olhos
e derrame sua alma
como a crina de um cavalo
levemente pousada no vento
Archive for junho 2013
Amigo
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Desejo
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que a poesia saísse
do seu esconderijo secreto
adormecida em superfície branca
como planta sobre as águas
e invadisse as ruas os muros
as camas as casas
entrasse pelas cabeças
tatuasse os corpos
arrancasse as máscaras
como um bicho vivo
de mil labaredas
e revertesse a ordem
habitual das coisas
e desaguasse luz e mistério
tornando os homens melhores

Poemas
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como pássaros ambulantes
poemas atravancam a mesa
sobram por todos os lados
debaixo do armário debaixo da casa
lençol d'água com que me cubro
misturados com tudo que de mais simples
e cotidiano
com o pavor de ser humana
tão absurdamente humana
que um corte no dedo já me lembra
a morte
meus poemas feitos do nada
de um pouco de susto e palavras
não me salvam de mim nem da areia
que os dias derramam
às vezes me ajudam a andar entre as paredes

Escrita
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com seus labirintos vazios
o que dói é a vida
o destino desarrumando as esquinas
um mistério atravessa
nossos olhos distraídos
como um barco que invisível
cruzasse as montanhas
o que dói é a vida
e sua indecifrável escrita

Gestos
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com que medida
se mede o amor?
com quantas luas
ou sóis oceanos
tormentas
com quantos pequenos
ou quase imperceptíveis gestos?
perfurmar a casa
fazer a cama
cortar o pão
rearrumar os sonhos
pronuncio o teu nome
e de muito longe
um oásis me habita
e o ar estremece
povoado de anjos

Nódulo
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Trecho do livro "Où on va, papa?", página 98
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"Ne pas être comme les autres, ça ne veut pas dire forcément être moins bien que les autres, ça veut dire être different des autres."

Trecho do livro "Où on va, papa?", página 17
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Trecho do livro "Où on va, papa?", página 12
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"Faire un enfant, c'est un risque à courir... On ne gagne pas à tous les coups. Pourtant, on continue à en faire.
Chaque seconde sur Terre, une femme met un enfant au monde... Il faut absolument la retrouver et lui dire qu'elle arrête, a ajouté l'humoriste."

Trecho do livro "Coraline", página 59
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"- Porque - disse ela - quando você tem medo e faz mesmo assim, isso é coragem."

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acordei e me olhei no espelho
ainda a tempo de ver
meu sonho virar pesadelo

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O que o amanhã não sabe,
o ontem não soube.
Nada que não seja o hoje
jamais houve.

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nunca sei ao certo
se sou um menino de dúvidas
ou um homem de fé
certezas o vento leva
só dúvidas continuam de pé

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leite, leitura,
letras, literatura,
tudo o que passa,
tudo o que dura
tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
tudo, tudo, tudo
não passa de caricatura
de você, minha amargura
de ver que viver não tem cura

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desastre de uma idéia
só o durante dura
aquilo que o dia adiante adia
estranhas formas assume a vida
quando eu como tudo que me convida
e coisa alguma me sacia
formas estranhas assume a fome
quando o dia é desordem
e meu sonho dorme
fome da china fome da índia
fome que ainda não tomou cor
essa fúria que quer
seja lá o que flor

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Cabeças baixas por ruas vazias.
Será que estão todos vazios também? Ou cheios daquilo que nos destrói?
O silêncio gritante fala por si.
Será por isso que estão tão cheios de fones?
Deve ser.
Ninguém mais se escuta. Todos ouvem as dores alheias.
Cadê o tal do: "Conheça-te a ti mesmo".
