Archive for fevereiro 2014

Trecho do livro "Memória póstumas de Brás Cubas", página 167


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"[...] o essencial é que lutes. Vida é luta. Vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal."

(Machado de Assis)

Trecho do livro "Memória póstumas de Brás Cubas", página 156


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"[...] Quincas Borba, porém, explicou-me que epidemias eram úteis à espécie, embora desastrosas para uma certa porção de indivíduos; fez-me notar que, por mais horrendo que fosse o espetáculo, havia uma vantagem de muito peso: a sobrevivência do maior número."

(Machado de Assis)

Poemeu da Última Hora


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I
Reversível

Enquanto foi, doeu, bateu,
Tudo ruindade.
Agora que passou - 
Ah, que saudade!
(Millôr Fernandes)

Versos (Encomendados) pra todas as Marias


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"Entre Maria e Maria,
Quem você escolheria?
- Amaria."]

(Millôr Fernandes)

Poeminha sem Muita Pressa


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"Num pisar que mal se ouve
Num passar que mal se vê
Tictactictactictactictac
Um dia leva você"

(Millôr Fernandes)

Os Canais (in) Competentes


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"É a mesa
(bureau)
Quem cria
A bureaucracia.
Eles dizem todo dia
É uma tirania:
Funcionários
Com seis formulários
Dez guias
Em várias vias
Atas
Em triplicatas
E registros anais
Às folhas tais
Soltam
Tostão a tostão
O gostoso poder
Que têm na mão
Sempre adiando a decisão
Pra próxima sessão
Perguntando sempre
Mais uma questão
Exigindo outra vez
Retrato 3 x 6
Firma reconhecida
Em tabelião
Folha corrida,
Atestado de filiação
E atestado
Que ateste a atestação.
Mas aos poucos se nota
Que a burocracia
- Nada idiota! -
Cede a vez:
Algumas coisas
Andam com mais rapidez.
Já se acabaram as discussões
De leis
Processos judiciais
E discussões formais
Que não traziam auxílio
À invasão
Do domicílio.
Sem falar que já eliminamos
A necessidade
Do latim
Na faculdade.
Ninguém mais se importa
Com palavras
De uma língua morta
De que até a intelligentsia
Andava farta:
Legem habemus,
Habeas corpus,
Conditio juri e
Magna carta."

(Millôr Fernandes)

Prova


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"Olha,
Entre um pingo e outro
A chuva não molha."

(Millôr Fernandes)

Trecho do livro "Memória póstumas de Brás Cubas", página 82


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"[...] Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo."

(Machado de Assis)

Trecho do livro "Memórias póstumas de Brás Cubas", página 41


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[...]; preferi dormir, que é um modo interino de morrer."

(Machado de Assis)

Trecho do livro "Viagens na minha terra", página 31


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"Logo a nação mais feliz não é a mais rica."

(Almeida Garrett)

Trecho do livro "Viagens na minha terra", pág. 30-31


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"Não: plantai batatas, ó geração de vapor e de pó de pedra, macadamizai estradas, fazei caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro, para andar a qual mais depressa, estas horas contadas de uma vida toda material, maçuda e grossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente do que a que hoje vivemos. Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas de dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcional, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? - Que lho digam no Parlamento inglês, onde depois de tantas comissões de inquérito, já deve de andar orçado o número de almas que é preciso vender ao diabo, número de corpos que se têm de entregar antes do tempo ao cemitério para fazer um tecelão rico e fidalgo como Sir Roberto Peel, um mineiro, um banqueiro, um granjeeiro, seja o que for: cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis."

(Almeida Garrett)

Trecho do livro "Viagens na minha terra", página 27


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"[...] O mais moderno é o mais velho, não há dúvida; mas o antigo, que dura ainda, é porque tem achado na experiência a confirmação que o moderno não tem."

(Almeida Garrett)