Archive for 2013

Trecho do livro "Vidas secas", página 22


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"Se aprendesse qualquer coisa, necessitaria aprender mais, e nunca ficaria satisfeito."

(Graciliano Ramos)

Trecho do livro "O apanhador no campo de centeio", página 23


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"[...] Bom mesmo é o livro que quando a gente acaba de ler fica querendo ser um grande amigo do autor, para se poder telefonar para ele toda vez que der vontade. Mas isso é raro de acontecer. [...] "
(J.D. Salinger)

Trecho do livro "A cidade e as serras", página 79


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"[...] Na Cidade findou a sua liberdade moral: cada manhã ela lhe impõe uma necessidade, e cada necessidade o arremessa para uma dependência: pobre e subalterno, a sua vida é um constante solicitar, adular, vergar, rastejar, aturar; rico e superior como um Jacinto, a Sociedade logo o enreda em tradições, preceitos, etiquetas, cerimônias, praxes, ritos, serviços mais disciplinares que os dum cárcere ou dum quartel..."

(Eça de Queirós)

OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO


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"Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos  tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada apenas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
A vida apenas, sem mistificação."

(Carlos Drummond de Andrade)

POEMA DA NECESSIDADE


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"É preciso casar João,
é preciso suportar Antônio,
é preciso odiar Melquíades,
é preciso substituir nós todos.

É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbedo,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.

É preciso viver com os homens,
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar O FIM DO MUNDO."

(Carlos Drummond de Andrade)

Trecho do livro "As parceiras", página 17


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"[...] É como se a vida fosse um jogo em que as peças mudam, mas as jogadoras são as mesmas. Incógnitas."

(Lya Luft)

Trecho do livro "A Rainha dos condenados", página 441


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"[...] - Claro que pode. Acha que isso é só um impulso meu? Não tomo minhas decisões como você faz, meu príncipe. Sua exuberância juvenil é algo que admiro, mas possibilidades tão pequenas há muito desapareceram para mim. Você pensa em termos de vidas, em termos de pequenas conquistas e prazeres humanos. Eu passei milhares de anos pensando em planos para o mundo que agora é meu. E não faltam evidências de que devo continuar. Não posso transformar esta terra num jardim, não posso criar o Éden da imaginação humana... a não ser que elimine os machos quase por completo.
- Você quer dizer matar quarenta por cento da população da terra? Noventa por cento de todos os homens?
- Você nega que isto porá fim à guerra, ao estupro, à violência? "

(Anne Rice)

Trecho do livro "Le Petit Prince", página 100


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"- Mais les yeux sont aveugles. Il faut chercher avec le coeur."

(Antoine de Saint-Exupéry)

Trecho do livro "Le Petit Prince", página 92


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"- Adieu", dit le renard. Voici mon secre. Il est très simple: on ne voit bien qu'avec le coeur. L'essentiel est invisible pour les yeux.
- L'essentiel est invisible pour les yeux, répéta le petit prince, afin de se souvenir.
- C'est le temps que tu as perdu pour ta rose qui fait ta rose si importante.
- C'est le temps que j'ai perdu pour ma rose... fit le petit prince, afin de se souvenir.
- Les hommes ont oublié cette vérité, dit le renard. Mais tu ne dois pas l'oublier. Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé. Tu es responsable de ta rose...
- Je suis responsable de ma rose... répéta le petit prince, afin de se souvenir."

(Antoine de Saint-Exupéry)

Trecho do livro "Le Petit Prince", página 23


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"[...] Les grandes personnes aiment les chiffres. Quand vous leur parlez d'un nouvel ami, elles ne vous questionnent jamais sur l'essentiel. Elles ne vous disent jamais: 'Quel est le son de sa voix? Quels sont les jeux qu'il préfère? Est-ce qu'il collectionne les papillons?' Elles vous demandent: 'Quel âge a-t-il? Combien a-t-il de frères? Combien pèse-t-il? Combien gagne son père?"

(Antoine de Saint-Exupéry)

Trecho do livro "O restaurante no fim do universo", página 186


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"[...] Resumindo o resumo do resumo: as pessoas são um problema."

(Douglas Adams)

Trecho do livro "A tranqulidade da alma - A vida retirada", página 38


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"Para que fugir, se não nos podemos evitar?
Já que seguimos sempre a nós mesmos, dessa intolerável companhia jamais os desembaraçaremos!
Para concluir, estejamos bem conscientes do seguinte: o mal de que padecemos não provém dos lugares e, sim, de nós mesmos; somos fracos para tolerar qualquer incômodo; incapazes de aturar, por longo tempo, trabalho, prazeres e qualquer desconforto."

(Sêneca)


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      de vez em quando
ando ando ando
      a voz ecoando
quando quando quando

(Paulo Leminski)


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     esta vida é uma viagem
pena eu estar
     só de passagem

(Paulo Leminski)


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     amar e um elo
entre o azul
     e o amarelo

(Paulo Leminski)

LÁPIDE 1


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epitáfio para o corpo

     Aqui jaz um grande poeta
Nada deixou escrito.
     Este silêncio, acredito,
são suas obras completas.

(Paulo Leminski)


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"PRA SER FELIZ DE VERDADE 
É PRECISO ENCARAR 
A REALIDADE."
(Millôr Fernandes)


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"É IMPUDICO
SÓ TER FORTUNA 
O RICO."
(Millôr Fernandes)


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"NOS DIAS QUOTIDIANOS
É QUE SE PASSAM 
OS ANOS."
(Millôr Fernandes)


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"QUANTAS PALAVRAS DE AMOR
MORREM
NO APONTADOR?"
(Millôr Fernandes)


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"PROBLEMINHAS TERRENOS:
QUEM VIVE MAIS
MORRE MENOS?"
(Millôr Fernandes)


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"EIS O MEU MAL
A VIDA PRA MIM
JÁ NÃO É VITAL."
(Millôr Fernandes)


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"A VIDA É UM SAQUE
QUE SE FAZ NO ESPAÇO
ENTRE O TIC E O TAC."
(Millôr Fernandes)


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"A VIDA É BELA
BASTA SALTAR
PELA JANELA."
(Millôr Fernandes)

Trecho do livro "Coisas frágeis", página 58


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"[...] Afinal, não escolhemos ser quem somos."

(Neil Gaiman)

Trecho do livro "Coisas frágeis", página 19


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"Enquanto escrevo isto, me ocorre que a peculiaridade da maioria das coisas que consideramos frágeis é o modo como elas são, na verdade, fortes. Havia truques que fazíamos com ovos, quando crianças, para demonstrar que eles são, apesar de não nos darmos conta disso, pequenos salões de mármore capazes de suportar grandes pressões, e muitos dizem que o bater de asas de uma borboleta no lugar certo pode criar um furacão do outro lado de um oceano. Corações podem ser partidos, mas o coração é o mais forte dos músculos, capaz de pulsar  durante toda a vida, setenta vezes por minuto, não falhando quase nunca. Até os sonhos, que são as coisas mais intangíveis e delicadas, podem se mostrar incrivelmente difíceis de matar." 
(Neil Gaiman)

Just another stupid game


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1. Abra sua lista de música (ipod, itunes, windows media player, etc.)
2. Coloque no modo shuffle/random/aleatório
3. Aperte o play
4. Para cada pergunta abaixo, escreva o nome da música que esteja tocando
5. Quando passar para a próxima pergunta, aperte o botão pra avançar pra outra faixa (next)
6. Não minta e não tente parecer legal

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1 - Créditos Iniciais: Festinha no meu pai - Forfun
2 - Tema do seu nascimento: Party - WE
3 - Primeiro dia na escola: Waterfall - Sungha Jung
4 - Primeira Briga: Devil side - VAMPS

5 - Primeira decepção amorosa: Strong - Miyavi vs Kreva
6 - Tema de sua vida escolar: Dead! - My chemical romance
7 - Tema de sua vida adulta: Redemption song - Adie Camp
8 - Sua canção de namorados: 業 - MUCC
9 - Música de seu casamento: Sad music - OST Takumi-kun series
10 - Trilha sonora para a sua primeira vez: So fine - B1A4
11 - Trilha sonora para as demais vezes: Time to dance - Panic! at the disco
12 - Primeira canção em seu carro: Hello - D-Lite
13 - Tema de seus flashbacks: Something wrong - 건우 Solo Feat. 규민 (LED Apple)
14 - Tema do nascimento do seu primeiro filho: All those friendly people - Funeral suits
15 - Última música que ouvirá antes de ficar gagá: City of sin - Escape the fate
16 - Música que estará ouvindo quando morrer: The guillotine - Escape the fate

17 - Música do seu funeral: 걸어 본다 - B1A4

Amigo


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que um amigo se reconheça
sempre
na face de outro amigo
e nesse espelho descanse
seus olhos
e derrame sua alma
como a crina de um cavalo
levemente pousada no vento

(Roseana Murray)

Desejo


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que a poesia saísse
do seu esconderijo secreto
adormecida em superfície branca
como planta sobre as águas
e invadisse as ruas os muros
as camas as casas
entrasse pelas cabeças
tatuasse os corpos
arrancasse as máscaras
como um bicho vivo
de mil labaredas
e revertesse a ordem
habitual das coisas
e desaguasse luz e mistério
tornando os homens melhores

(Roseana Murray)

Poemas


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como pássaros ambulantes
poemas atravancam a mesa
sobram por todos os lados
debaixo do armário debaixo da casa
lençol d'água com que me cubro
misturados com tudo que de mais simples
e cotidiano
com o pavor de ser humana
tão absurdamente humana
que um corte no dedo já me lembra
a morte
meus poemas feitos do nada
de um pouco de susto e palavras
não me salvam de mim nem da areia
que os dias derramam
às vezes me ajudam a andar entre as paredes

(Roseana Murray)

Escrita


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com seus labirintos vazios
o que dói é a vida
o destino desarrumando as esquinas

um mistério atravessa
nossos olhos distraídos
como um barco que invisível
cruzasse as montanhas

o que dói é a vida
e sua indecifrável escrita

(Roseana Murray)

Gestos


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com que medida
se mede o amor?
com quantas luas
ou sóis oceanos
tormentas
com quantos pequenos
ou quase imperceptíveis gestos?
perfurmar a casa
fazer a cama
cortar o pão
rearrumar os sonhos

pronuncio o teu nome
e de muito longe
um oásis me habita
e o ar estremece
povoado de anjos

(Roseana Murray)

Nódulo


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quando em algumas noites
tenho medo dos vivos e dos mortos
e o fogo que escapa das estrelas
é uma faca na garganta
quando em algumas noites a distância
entre o que foi e o que está sendo
é arquitetura intransponível
e os sonhos fogem como peixes em agonia
a poesia é o grito secreto
a geografia que atravessa este abismo
o sortilégio que me faz humana
que me faz em chamas
que me faz tocar o nódulo
das perguntas sem resposta

(Roseana Murray)

Trecho do livro "Où on va, papa?", página 98


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"Ne pas être comme les autres, ça ne veut pas dire forcément être moins bien que les autres, ça veut dire être different des autres."

(Jean-Louis Fournier)

Trecho do livro "Où on va, papa?", página 17


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"Si un enfant qui naît, c'est un miracle, un enfant handicapé, c'est un miracle à l'envers."
(Jean-Louis Fournier)

Trecho do livro "Où on va, papa?", página 12


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"Faire un enfant, c'est un risque à courir... On ne gagne pas à tous les coups. Pourtant, on continue à en faire.
Chaque seconde sur Terre, une femme met un enfant au monde... Il faut absolument la retrouver et lui dire qu'elle arrête, a ajouté l'humoriste."

(Jean-Louis Fournier)

Trecho do livro "Coraline", página 59


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"- Porque - disse ela - quando você tem medo e faz mesmo assim, isso é coragem."

(Neil Gaiman)


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  acordei e me olhei no espelho
ainda a tempo de ver
  meu sonho virar pesadelo

(Paulo Leminski)


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  O que o amanhã não sabe,
o ontem não soube.
  Nada que não seja o hoje
jamais houve.

(Paulo Leminski)


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  nunca sei ao certo
se sou um menino de dúvidas
  ou um homem de fé

  certezas o vento leva
só dúvidas continuam de pé

(Paulo Leminski)


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leite, leitura,
letras, literatura,
  tudo o que passa,
tudo o que dura
  tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
  tudo, tudo, tudo
não passa de caricatura
  de você, minha amargura
de ver que viver não tem cura

(Paulo Leminski)


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desastre de uma idéia
só o durante dura
aquilo que o dia adiante adia

estranhas formas assume a vida
quando eu como tudo que me convida
e coisa alguma me sacia

formas estranhas assume a fome
quando o dia é desordem
e meu sonho dorme

fome da china  fome da índia
fome que ainda não tomou cor
essa fúria que quer 
                              seja lá o que flor

(Paulo Leminski)


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Cabeças baixas por ruas vazias.
Será que estão todos vazios também? Ou cheios daquilo que nos destrói?
O silêncio gritante fala por si.
Será por isso que estão tão cheios de fones?
Deve ser.
Ninguém mais se escuta. Todos ouvem as dores alheias.
Cadê o tal do: "Conheça-te a ti mesmo".


(Emerson Ray)


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Você existe ou é só uma ideia boba que passa pela cabeça?
Que seja. Ninguém liga mais.
Nem os poetas.

(Emerson Ray)

Trecho do livro "Le passage de la nuit", página 66


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"[...] 'T'as un petit ami?'
Mari fait non, d'un bref mouvement de tête.
'Pour le moment, les garçons ne m'intéressent pas spécialement.
- Tu préfères les filles?
- C'est pas ça. Je sais pas trop."

(Haruki Murakami)

Trecho do livro "Le passage de la nuit", página 20


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"- Aaah... d'accord! Alors, des soeurs peuvent être aussi différentes dans leur façon de vivre.
- Parce qu'on ne vit pas la même vie."

(Haruki Murakami)

¡Tchau Radar!


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Só um rascunho
A folha está cheia deles
Riscos e palavras
Procurando um caminho

Só um caminho
A vida está cheia deles
Meu destino eu faço
Traço passo a passo

Sou um rascunho
Pelo jeito a mão tremia
Pelo jeito pretendia
Passar a limpo outro dia

Hoje estou só
Hoje estou tão cheio deles
Sou um rascunho
Procurando um caminho

Fica pra outra dia
Ser uma obra-prima
Que não fede nem cheira
Não fode e nem sai de cima

Fica pra outra hora
Ser alguém importante
Se o que importa não importa
Não dá nada ser irrelevante

Só um rascunho
Um risco na mesa do bar
Carnaval sem samba
Outra praia, mesmo mar

Só um rascunho
Um torpedo de celular
Sem sinal na área
Sem chance de chegar

Não fica pronto nunca
Não há final feliz
Não há razão pra desespero
Ouça o que o silêncio diz

Não tem roteiro certo
Não espere um "gran finale"
Tão pouco espere amiga
Que a minha voz se cale

Fica pra outra dia
Ser uma obra-prima
Que não fede nem cheira
Não fode e nem sai de cima

Fica pra outra hora
Ser um cara importante
Se quem importa, não se importa
Tchau radar, vamos adiante

Fica pra outra dia
Ser uma obra-prima
Que não fede nem cheira
Não fode e nem sai de cima

Fica pra outra hora
Ser um cara importante
Se o que importa, não me importa
Tchau radar, vamos adiante

(Esteban & 1berto Gessinger)

Acabou, não vai voltar


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Os dias escorrem por entre os dedos, quando se percebe já passaram-se anos. O tempo não vai voltar. Por maior que seja o desejo de voltar no tempo para viver mais intensamente e aproveitar melhor parte do que já se passou, esse tempo já se passou. Tudo o que resta são lembranças e recordações de momentos que jamais se repetirão. Apenas lembranças. Acabou, não vai voltar.


It’s never come back. It’s over.


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fumaça qualquer
a matéria faz
o que a matéria
quer

(Paulo Leminski)


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where?
us?
ask 
the bus

(Paulo Leminski)


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my problem
only hurts
when it burns

(Paulo Leminski)

Loosing my religion


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"[...] What if all these fantasies
Come flailing around [...]"

Trecho do livro "Adeus, China - o último bailarino de Mao", página 322


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"[...] Eu me sentia um pássaro liberto da gaiola que podia voar em qualquer direção."
(Li Cunxin)

Trecho do livro "Adeus, China - o último bailarino de Mao", página 279


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"[...] Minha família viveria por meio século com a quantia que Ben gastara em um só dia. Era incompreensível. Eu estava chocado e triste. Como podia haver tal desigualdade no mundo?"
(Li Cunxin)

Trecho do livro "Adeus, China - o último bailarino de Mao", pág. 60-62


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"Ele se sentou perto de mim, passou o braço pelos meus ombros e começou:

Era uma vez um sapo que vivia em um poço pequeno, mas muito fundo. Ele não sabia nada do mundo. O poço e o pedaço de céu que conseguia ver eram seu universo.
Um dia, ele encontrou outro sapo, que vivia do lado de fora.
- Por que não desce e vem brincar comigo? É divertido aqui - convidou.
- O que tem aí embaixo? - perguntou o outro.
- Tudo: água, correntes subterrâneas, estrelas, às vezes a Lua e até objetos voadores que vêm do céu - respondeu o sapo do poço.
O sapo da terra suspirou.
- Meu amigo, você vive confinado. Não sabe o que tem no mundo.
O sapo do poço não gostou de ouvir aquilo.
- Não me diga qeu existe um mundo maior do que o meu! Meu mundo é grande. Aqui, vemos e sentimos tudo o que o mundo tem a oferecer.
- Não, amigo. Você só consegue ver o mundo pela abertura do poço. O mundo aqui fora é enorme. Gostaria de lhe mostrar o quanto é grande - rebateu o sapo da terra.
Agora, sim, o sapo do poço estava zangado.
- Não acredito! Você está mentindo! Vou perguntar ao meu pai - e contou ao pai a conversa que tivera com o sapo da terra.
- Filho, o seu amigo está certo. Ouvi dizer que existe um mundo muito maior lá em cima, com muito mais estrelas do que podemos ver daqui - o pai respondeu com tristeza na voz.
- Por que nunca me disse isso? - o sapinho perguntou.
- Para quê? O seu destino é aqui embaixo, neste poço. Não há como sair daqui.
- Eu posso! Eu consigo sair! Vou lhe mostrar - argumentou o sapinho.
Ele pulou e saltou, mas o poço era muito fundo, e a terra estava longe demais.
- Não adianta, filho. Eu tentei a vida toda. Seus avós fizeram o mesmo. Esqueça o mundo lá em cima. Contente-se com o que tem ou vai viver infeliz.
- Quero sair, quero ver o mundo grande lá fora! - o sapinho chorava decidido.
- Não, filho. Aceite o destino. Aprenda a viver com o que lhe foi dado - continuou o pai.
Assim, o pobre sapinho passou o resto da vida tentando escapar do poço escuro e frio. Mas não conseguiu. O grande mundo lá em cima continuou sendo apenas um sonho.

- Pai, estamos em um poço? - perguntei.
Ele pensou por alguns instantes.
- Depende do ponto de vista. Se você olhar este lugar de cima para baixo... então, estamos, sim, em um poço. Mas, se olhar de baixo para cima, não. Você diria que estamos no céu? Não, definitivamente não.
Muitas vezes, pensei naquele pobre sapo e me senti triste e frustrado. Vivíamos todos presos em um poço, também, e não havia saída.
Então, usaria minhas pipas para enviar mensagens aos deuses. Entrei em uma vala para me proteger do vento gelado, levando comigo dezenas de tirinhas de papel. Peguei uma tira, molhei as pontas com saliva e a prendi na linha, deixando que o vento forte a levasse até a pipa.
[...] Às vezes, eu me zangava com os deuses, acusando-os de não serem justos; em seguida, arrependia-mee pedia perdão. [...]
O mais importante de todos, porém, foi o último pedido. Enrolei uma terceira tira de papel em volta da linha e desejei sair do poço escuro e profundo. Confessei aos deuses meus sentimentos mais íntimos. Disse que sonhava com coisas lindas que não possuía. Pedi mais comida para minha família. Pedi que me tirassem do poço e que eu pudesse ajudar meus pais e irmãos. Minha imaginação viajou para longe, muito além da pipa, até um lugar especial e só meu."
(Li Cunxin)

Super Show 5 in Brazil, eu fui!


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Bem, por onde começar? Foram cerca de 15 horas na estrada, 9 horas de fila, mais uma hora e meia de espera. Se valeu a pena? Ô se valeu!



Eu nunca me considerei elf e talvez nunca me considere, mas desde a primeira música eu deixei que a emoção falasse mais alto e se apossasse de mim. No momento das apresentações, gritei tanto (principalmente na parte do Zhou Mi) que cheguei ao ponto de ficar sem ar e ter que passar a música seguinte quieta recuperando o fôlego para não passar mal.

Quando o Wookie começou a cantar em "How I Am Supposed To Live Without You" eu me arrepiei completamente e lágrimas deixaram os meus olhos. Sim, eu chorei! Em momento algum passou pela minha mente que eu iria chorar durante o SS5 e para meu espanto maior este não foi o único momento. A voz do Ryeowook costuma me causar arrepios, mas ao vivo ele conseguiu elevar os efeitos que sua voz causa em mim à décima potência. Eu esperava que fizesse jus ao título de melhor voz do Super Junior que eu sempre lhe atribui e ele foi capaz de superar todas as minhas expectativas.


E o que foi aquela vibe em Rockstar? E quando o Hyuk rasgou a camisa do Donghae preciso mesmo dizer que eu tive um ataque? E todas aquelas repetições antecedidas pelos "Estão gostando"? E as reboladinhas, gente? Foram todas perfeitas, mas tenho que admitir que o Sungmin fazendo inveja com aquela bunda toda e rebolada à la Hyuna foi o mais sexy. Ainda assim meu coração falhou algumas batidas quando foi a vez do Mimi e não pude evitar ficar histérica com todo o molejo do Henry e sua levantada de blusa. E por falar em Henry, sempre tive a impressão de que ele fosse mais baixo. Ainda que não seja tão baixo ainda tenho para mim que ele tem carinha de bebê e transborda fofura.

Eu pude constatar que os quase 3 metros de altura (hipérbole oi) do Zhou Mi não o atrapalha em nada em sua desenvoltura, muito pelo contrário. A cada passo feito por ele e por mim observado ficou mais que evidente que está para nascer alguém com tamanha elegância. E o sorriso dele é o mais lindo de todos. Sim, eu sou suspeita para falar, mas como não derreter com uma voz tão linda e ainda acompanhada de um sorriso tão encantador? É simplesmente impossível!

Eu sempre soube que os membros do SJ eram bonitos, mas o Wookie estava simplesmente irresistível! E o Sungmin? Nunca pensei que fosse tão lindo! Todos são ainda mais formosos ao vivo.



Sem dúvida quem realmente me surpreendeu foi o Eunhyuk. Ele se emocinando foi algo tão surpreendente, tão genuíno, que foi impossível não achar fofo! Quando ele pediu para ouvir os nossos gritos por uma última e estendeu o microfone, eu gritei o máximo que pude, mas as lágrimas me atrapalhavam. O pedido dele foi realizado, mas minha garganta sofreu e ainda está sofrendo as consequências disso.

Apesar de eles não terem cantado "Don't don" e eu não ter tido a honra de ver e ouvir o fofo do Henry tocando violino, o Super Show superou tudo o que eu imaginava. Sendo assim, minha única reclamação é em relação à altura do palco e à acústica ruim do Credicard Hall, mas são coisas que não eram da alçada dos meninos, portanto eles arrasaram mesmo com tais adversidades.

Nunca conseguirei transmitir plenamente em palavras o quanto este acontecimento foi especial e único para mim. Só tenho a agradecer à todo mundo que se esforçou para que este show se tornasse realidade, aos meninos por fazerem um show tão inesquecível e à galera da caravana pelos ótimos momentos.

Foram tantas emoções! E por isso SS5 fica em segundo no meu ranking de shows internacionais aos quais já fui.



Trecho do livro "Adeus, China - O último bailarino de Mao", página 29


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"- Sinto tanto ter feito isso a você! - ela sussurou com carinho. - Lamento sermos pobres demais para comprar brinquedos. Sou uma tola por ter posto tantos filhos em um mundo tão cruel! Vocês não merecem sofrer assim!"

(Li CunXin)

Trecho do livro "Carta ao pai", página 87


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"[...] Havia, como em toda parte, obstáculos particulares, mas a vida consiste exatamente em superar tais osbtáculos. [...]"

(Franz Kafka)

Trecho do livro "O lobo da estepe", pág. 190-191


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"- Sim, há homens em demasia na terra. Antes a gente não se dava conta disso. Mas agora, quando as pessoas já não se contentam em respirar e querem também ter um automóvel, a coisa se nota mais. Naturalmente, o que estamos fazendo não é racional; trata-se de uma infantilidade, como também a guerra é uma infantilidade em escala monumental. A Humanidade aprenderá mais tarde a regular a população por meios racionais. Enquanto isso, é necessário reagirmos contra esta situação insuportável de maneira bastante irracional; mas no fundo, fazemos o que é necessário: reduzimos."

(Hermann Hesse)

Trecho do livro "O lobo da estepe", página 137


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"- De acordo - disse friamente - No entanto, não se pode colocar no mesmo plano a música de Mozart e o último foxtrote. E não é a mesma coisa servir ao público música divina e eterna ou música barata e efêmera."

(Hermann Hesse)

Trecho do livro "Amar: verbo intransitivo", página 118


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"Quais seriam as tendências de Laurita? Porém os pais não se preocupavam muito com as predisposições, ponhamos, artísticas da outra filha. São sempre assim os pais: quando as esperanças se projetam sobre um filho, o resto são sombras mal reparadas. Que vivam, e Deus os abençoe! Amém."

(Mário de Andrade)

Trecho do livro "Amar: verbo intransitivo", página 115


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"O que não é visível, existe?"
(Mário de Andrade)

Trecho do livro "Amar: verbo intransitivo", página 93


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"[...] Tem também estudantes dignos de elogio, que pretendem aprender a língua japonesa. Ora eu falo pra esse estudante: Irmãozinho, principie e siga corajoso. A dificuldade sempre parece maior do que é. A gente chega ao fim, ora se chega!"

(Mário de Andrade)

Trecho do livro "Amar: verbo intransitivo", página 91


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"[...] A felicidade é tão oposta à vida  que, estando nela, a gente esquece que vive. Depois quando acaba, dure pouco, dure muito, fica apenas aquela impressão do segundo. Nem isso, impressão de hiato, de defeito de sintaxe logo corrigido, vertigem em que ninguém dá tento de si. E fica mais essa idéia que retoma-se de novo a vida, que das portas do Paraíso Terrestre em diante é sofrer e impedimento só."

(Mário de Andrade)

Trecho do livro "Amar: verbo intransitivo", página 80


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"NÃO EXISTE MAIS UMA ÚNICA PESSOA INTEIRA NESTE MUNDO E NADA MAIS SOMOS QUE DISCÓRDIA E COMPLICAÇÃO."

(Mário de Andrade)

Trecho do livro "Síndrome de pinóquio", página 506


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"Karen assentiu. Tinha a mesma opinião sobre as explicações dadas a certos escândalos. Por motivos que só um filósofo ou um especialista em psicologia de massas poderia compreender, o governo tem uma conexão primordial com a inverdade.Poder-se-ia até dizer que a humanidade cria governos para se proteger de verdades desagradáveis. Um governo é como um pai cuja responsabilidade é providenciar presentes de Natal e impedir que seus filhos descubram que Papai Noel não existe."

(David Zeman)

Trecho do livro "Síndrome de Pinóquio", página 291


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"Judd Campbell o dissera melhor, quando Michael ainda era um garotinho. 'Às vezes a única maneira de sobreviver é vencer.' Mais alguns meses, mais algumas batalhas difíceis e a luta estaria terminada. No meio tempo, como Colin Goss dissera tantas vezes a Michael, era preciso manter os olhos fixos no prêmio e não se permitir sentir coisa alguma."

(David Zeman)

Trecho do livro "Síndrome de Pinóquio", página 213


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"Aprendera quando criança que os nazistas fizeram uso de médicos para realizar seus terríveis experimentos em judeus e outros povos, mergulhando-os em água congelante, fazendo-os passar fome e realizando até experimentos cirúrgicos. Onde encontraram médicos dispostos a tais coisas? A vocação de um médico é a de salvar vidas, de confortar os doentes. Hipócrates não deixara dúvida alguma ao declarar: primum non nocere. Antes de mais nada, não se deve causar o mal ao paciente."

(David Zeman)

Trecho do livro "A hora da estrela", página 50


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"[...] Que quer dizer cultura?
- Cultura é cultura, continuou ele emburrado. Você também vive me encostando na parede.
- É que muita coisa eu não entendo bem. O que quer dizer 'renda per capita'?
- Ora, é fácil, é coisa de médico.
- O que quer dizer rua Conde de Bonfim? O que é conde? É príncipe?
- Conde é conde, ora essa. Eu não preciso de hora certa porque tenho relógio."
(Clarice Lispector)

Trecho do livro "A hora da estrela", página 42


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"- que os mortos me ajudem a suportar o quase insuportável, já que de nada me valem os vivos."

(Clarice Lispector)

Trecho do livro "A hora da estrela", página 29


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"[...] Assim como ninguém lhe ensinaria um dia a morrer: na certa morreria um dia como se antes tivesse estudado de cor a representação do papel de estrela. Pois na hora da morte a pessoa se torna brilhante estrela de cinema, é o instante de glória  de cada um e é quando como no canto coral se ouvem agudos sibilantes."
(Clarice Lispector)

Trecho do livro "A hora da estrela", página 21


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"Escrevo por não ter nada fazer no mundo: sobrei e não há lugar para  mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ver e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse tido e não fui."
(Clarice Lispector)

Trecho do livro "A hora da estrela", página 20


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"[...] E quero aceitar minha liberdade sem pensar o que muitos acham: que existir é coisa de doido, caso de loucura. Porque parece. Existir não é lógico."
(Clarice Lispector)

Trecho do livro "A hora da estrela", página 16


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"[...]Apaixonei-me subitamente por fatos sem literatura - fatos são pedras duras e agir está me interessando mais do que pensar, de fatos não há como fugir."

(Clarice Lispector)


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"Esta é uma declaração de amor; amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e reagir às vezes com um pontapé contra os que  temerariamente ousam transformá-la numa linguagem  de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem  escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa do superficialismo..."
(Clarice Lispector)

Trecho do livro "O lobo da estepe", página 64


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"[...] Cada indivíduo isolado vive sujeito a considerar esse caos como uma unidade e fala de seu eu como se fora um ente simples, bem formado, claramente definido; e a todos os homens, mesmo aos mais eminentes, esse rude engano parece uma necessidade, uma exigência da vida, como o respirar e o comer. 
O equívoco reside numa falsa analogia. Todo homem é uno quanto ao corpo, mas não quanto à alma. Também na literatura, mesmo na mais refinada, encontramos este conceito habitual em personagens aparentemente unas, aparentemente uniformes. No teatro de hoje, o que mais aprecia a gente do ofício, os conhecedores, é o drama, e com razão, pois oferece (ou oferecia) as maiores possibilidades para a representação do eu como uma pluralidade, se a isto não se opõe a brutal impressão de unidade que nos dá cada pessoa isolada do drama, ao levar encerrada, sem resistência, essa pluralidade num corpo simples, uniforme e isolado. Também apreciam muito a ingênua estética do chamado  drama de caráter, no qual cada figura se apresenta como uma unidade muito característica e isolada. Só de longe e pouco a pouco começa a despertar em alguns a suspeita de que tudo isto não passa de uma razoável estética superficial, de que nos equivocaremos se aplicarmos aos nossos grandes dramaturgos a magnífica idéia de beleza dos antigos, pois esta não é congênita a nós, mas simplesmente intuída, e é nela, na fonte comum dos corpos visíveis, que se encontra exatamente a ficção do 
ego, da personalidade"
(Herman Hesse)

Trecho do livro "As vantagens de ser invisível", página 192


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"Quando estava indo para casa, só  conseguia pensar na palavra 'especial'. E pensei que a última pessoa que me disse isso foi a tia Helen. Foi muito bom ter ouvido isso novamente. Porque eu acho que todos nós nos esquecemos às vezes. E eu acho que todo mundo é especial à sua própria maneira. É o que eu penso."

(Stephen Chbosky)

Trecho do livro "As vantagens de ser invisível", página 169


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"Não há nada como a respiração profunda depois de dar uma gargalhada. Nada no mundo se compara a barriga dolorida pelas razões certas. E essa era ótima."

(Stephen Chbosky)

Trecho do livro "As vantagens de ser invisível", página 155


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"[...] Mas porque as coisas mudam. E os amigos partem. E a vida não para para ninguém."

(Stephen Chbosky)

Trecho do livro "As vantagens de ser invisível", página 38


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"Nem todo mundo tem uma história triste, Charlie, e mesmo que tivesse, isso não é desculpa."

(Stephen Chbosky)

Trecho do livro "As vantagens de ser invisível", página 35


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"- Charlie, a gente aceita o amor que acha que merece."

(Stephen Chbosky)

Trecho do livro "O estrangeiro", pág. 80-81


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"E, com as horas de sono, as recordações, a leitura dessa ocorrência e a alternância da luz e da sombra, o tempo passou. Tinha lido que na prisão se acaba perdendo a noção do tempo. Mas, para mim, isso não fazia sentido. Não compreendera ainda até que ponto os dias podem ser, ao mesmo tempo, curtos e longos. Longos para viver, sem dúvida, mas de tal modo distendidos que acabavam por se sobrepor uns aos outros. E nisso perdiam o nome. As palavras "ontem" ou "amanhã" eram as únicas que conservavam um sentido para mim."
(Albert Camus)