Archive for abril 2011

"As crônicas vampirescas: A história do ladrão de corpos" , pág 450/451


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"Encostei o ouvido no peito dele. Ouvi o grito estridente da ambulância em Georgetown. 'Não me deixe morrer'.
Eu o vi naquele hotel de sonho, há muito tempo, com Louis e com Claudia. Seremos todos criaturas sem importância nos sonhos do demônio?
O coração estava mais lento. Quase na hora. Mais um pequeno drinque, meu amigo.
Eu o ergui, beijei as pequenas marcas, lambi, chupei e cravei os dentes. Um espasmo estremeceu o corpo de David e um grito abafado saiu dos seus lábios.
- Eu o amo - murmurou ele.
- Sim, e eu o amo - respondi, as palavras abafadas, a boca junto à carne, enquanto o sangue jorrava quente e irresistível mais uma vez.
As batidas do coração ficaram mais lentas ainda. David despencava no meio de lembranças, voltando ao berço, muito além das sílabas distintas da linguagem, gemendo como quem murmura uma canção.
O corpo quente e pesado estava apertado contra o meu, os braços caídos, a cabeça apoiada na palma da minha mão esquerda, os olhos fechados. Os gemidos morreram nos seus lábios e o coração acelerou de repente com batidas rápidas e fracas.
Mordi minha língua até não suportar mais a dor, ferindo-a seguidamente com minhas presas, movendo-a de um lado para outro e, então, juntei minha boca à dele, obriguei os lábios a se abrirem e deixei o sangue fluir na sua língua.
O tempo parou. Senti o gosto do meu sangue na minha boca. Então, de repente, os dentes da Daivid se fecharam na minha língua, ameaçadores e cortantes com a força mortal das mandíbulas, e rasparam a carne sobrenatural, o sangue que a cobria, mordendo com tanta força que a teria arrancado se fosse possível.
Um espasmo violento percorreu o corpo dele. As costas se arquearam contra meu braço. E quando eu ergui a cabeça, com a boca e a língua doloridas, ele se ergueu, sedento olhos cegos ainda. Cravei os dentes no meu pulso. Aqui está, meu amado. Aqui está, não em pequenas gotas, mas saindo do rio da minha existência. E dessa vez, quando os lábios de David se fecharam no meu pulso, a dor intensa desceu até as raízes do meu ser, envolvendo meu coração em sua chama ardente.
Para você, David. Beba bastante. Seja forte.
[...] Ajoelhei no chão, com David nos meus braços, deixando que a dor se espalhasse, chegando a cada artéria, como eu sabia que tinha de ser. E o calor e a dor eram tão intensos que deitei no chão abraçado com David, meu pulso na sua boca, minha mão sob sua cabeça. Fiquei tonto. As batidas do meu coração estavam perigosamente lentas. David sugava e sugava e através das trevas cintilantes dos meus olhos fechados vi os milhares e milhares de pequenos vasos sendo esvaziados e contraindo e ficando flácidos como os fios de uma teia de aranha desfeitos pelo vento. [...]" (Anne Rice)

"As crônicas vampirescas: A história do ladrão de corpos", pág 459


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" - Não comece a chorar outra vez.
- Eu gosto de chorar. Preciso. Do contrário, por que acha que choro tanto?
- Muito bem, pare! " (Anne Rice)

"As crônicas vampirescas: A história do Ladrão de corpos" pág. 435


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" - Você sofreu na minha ausência? - perguntei, olhando outra vez para o altar.
Com voz inexpressiva, ele respondeu:
- Foi puro inferno.
Fiquei calado.
- Cada perigo que você enfrenta me magoa - disse ele. - Mas é assunto meu e minha culpa.
- Por que você me ama? - perguntei.
- Você sabe, sempre soube. Eu queria ser você. Queria sentir a alegria que você sente o tempo todo.
- E a dor, quer também?

- A dor que você sente? - Ele sorriu. - É claro. Aceito compartilhar na dor e na alegria, como dizem. " (Anne Rice)

" As crônicas Vampirescas: A história do ladrão de corpos", pág. 371


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" Afinal, o que o nosso mundo significa para as estrelas lá em cima? O que elas pensam do nosso minúsculo planeta, repleto de insanas justaposições, circunstâncias fortuitas, a luta eterna, as ensandecidas civilizações espalhadas por toda a sua superfície, que sobrevivem não por força de vontade, fé ou ambição comum, mas por uma capacidade onírica de milhões para ignorar e esquecer as tragédias da vida e mergulhar na felicidade, como os passageiros daquele navio - como se a felicidade fosse tão natural aos seres humanos como a fome ou o sono, a necessidade de calor e o medo do frio. " (Anne Rice)

Trecho do livro "Formaturas Infernais: O buquê", pág. 93


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" Will.
Minha garganta ficou apertada.
Tentei não pensar nele, mas era impossível, então deixei que ele existisse dentro da minha mente."

(Lauren Myracle)

"As crônicas vampirescas: A história do ladrão de corpos", pág. 291


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" - Faça o que eu estou pedindo, por favor, bela criatura - murmurei no seu ouvido. - Leve este calor para as suas veias, e devolva-me o poder que eu lhe dei um dia. - Beijei a boca fria e sem cor. - Dê-me o futuro, Louis. Dê-me a eternidade. Tire-me desta cruz.
Com o canto dos olhos vi a mão dele se erguer. Então senti os dedos macios no meu rosto. Depois acariciando meu pescoço.
- Não posso, Lestat.
- Pode sim, sabe que pode - murmurei, beijando a orelha dele, contendo as lágrimas, abraçando sua cintura com o braço esquerdo. - Oh, não me deixe neste sofrimento, não faça isso.
- Não peça mais - disse ele, tristemente. - É inútil. Vou partir agora. Não me verá nunca mais.
- Louis! - Segurei-o com força. - Não pode me rejeitar!
- Oh, posso sim e estou rejeitando. [...] " (Anne Rice)

"As crônicas vampirescas: A história do ladrão de corpos", pág. 304


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" [...] Como é que os vivos aguentam esse ciclo infindável de comer, urinar, fungar, defecar e comer outra vez? Quando você mistura febre, dor de cabeça, acessos de tosse e nariz escorrendo, está sendo sujeito a um verdadeiro castigo. [...] " (Anne Rice)

Os poetas


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Os poetas
são como as abelhas:

outros consomem o que produzem.

(Humberto Ak'abal)

Um e outro


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Um insiste:
- Diz a palavra:
"maldito aquele que sabe
e não o pratica".

- Bah! - disse o outro -
já te ferraste.

(Humberto Ak'abal)

PC *-*


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Como o orkut é fresco e não quer deixar eu enviar as fotos por lá, eu postei aqui no blog aí você pega, salva, vira('tava com preguiça de fazer isso :) q), manda pro PCnaTV e depois me fala pra eu apagar.

As flores


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As raízes
nos mandam dizer
- por meio das flores -
como é a terra por dentro.

As flores murcham,
morrem,
porque aqui fora
a vida é uma merda.

(Humberto Ak'abal)

Caminho ao contrário


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De vez em quando
caminho ao contrário:
é a minha maneira de lembrar.

Se caminhasse só para a frente,
poderia contar-te
como é o esquecimento.


(Humberto Ak'abal)