Archive for janeiro 2013


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"Esta é uma declaração de amor; amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e reagir às vezes com um pontapé contra os que  temerariamente ousam transformá-la numa linguagem  de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem  escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa do superficialismo..."
(Clarice Lispector)

Trecho do livro "O lobo da estepe", página 64


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"[...] Cada indivíduo isolado vive sujeito a considerar esse caos como uma unidade e fala de seu eu como se fora um ente simples, bem formado, claramente definido; e a todos os homens, mesmo aos mais eminentes, esse rude engano parece uma necessidade, uma exigência da vida, como o respirar e o comer. 
O equívoco reside numa falsa analogia. Todo homem é uno quanto ao corpo, mas não quanto à alma. Também na literatura, mesmo na mais refinada, encontramos este conceito habitual em personagens aparentemente unas, aparentemente uniformes. No teatro de hoje, o que mais aprecia a gente do ofício, os conhecedores, é o drama, e com razão, pois oferece (ou oferecia) as maiores possibilidades para a representação do eu como uma pluralidade, se a isto não se opõe a brutal impressão de unidade que nos dá cada pessoa isolada do drama, ao levar encerrada, sem resistência, essa pluralidade num corpo simples, uniforme e isolado. Também apreciam muito a ingênua estética do chamado  drama de caráter, no qual cada figura se apresenta como uma unidade muito característica e isolada. Só de longe e pouco a pouco começa a despertar em alguns a suspeita de que tudo isto não passa de uma razoável estética superficial, de que nos equivocaremos se aplicarmos aos nossos grandes dramaturgos a magnífica idéia de beleza dos antigos, pois esta não é congênita a nós, mas simplesmente intuída, e é nela, na fonte comum dos corpos visíveis, que se encontra exatamente a ficção do 
ego, da personalidade"
(Herman Hesse)

Trecho do livro "As vantagens de ser invisível", página 192


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"Quando estava indo para casa, só  conseguia pensar na palavra 'especial'. E pensei que a última pessoa que me disse isso foi a tia Helen. Foi muito bom ter ouvido isso novamente. Porque eu acho que todos nós nos esquecemos às vezes. E eu acho que todo mundo é especial à sua própria maneira. É o que eu penso."

(Stephen Chbosky)

Trecho do livro "As vantagens de ser invisível", página 169


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"Não há nada como a respiração profunda depois de dar uma gargalhada. Nada no mundo se compara a barriga dolorida pelas razões certas. E essa era ótima."

(Stephen Chbosky)

Trecho do livro "As vantagens de ser invisível", página 155


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"[...] Mas porque as coisas mudam. E os amigos partem. E a vida não para para ninguém."

(Stephen Chbosky)

Trecho do livro "As vantagens de ser invisível", página 38


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"Nem todo mundo tem uma história triste, Charlie, e mesmo que tivesse, isso não é desculpa."

(Stephen Chbosky)

Trecho do livro "As vantagens de ser invisível", página 35


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"- Charlie, a gente aceita o amor que acha que merece."

(Stephen Chbosky)

Trecho do livro "O estrangeiro", pág. 80-81


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"E, com as horas de sono, as recordações, a leitura dessa ocorrência e a alternância da luz e da sombra, o tempo passou. Tinha lido que na prisão se acaba perdendo a noção do tempo. Mas, para mim, isso não fazia sentido. Não compreendera ainda até que ponto os dias podem ser, ao mesmo tempo, curtos e longos. Longos para viver, sem dúvida, mas de tal modo distendidos que acabavam por se sobrepor uns aos outros. E nisso perdiam o nome. As palavras "ontem" ou "amanhã" eram as únicas que conservavam um sentido para mim."
(Albert Camus)