Archive for dezembro 2011

Trecho do livro "O retorno do Jovem Príncipe", página 98


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"O amor, mesmo que não seja eterno, pode ser infinito enquanto dura."

(A. G. Roemmers)

Trecho do livro "O retorno do Jovem Príncipe", página 48


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"- Hoje você me ensinou que sempre podemos fazer alguma coisa, mesmo quando nem mesmo nós acreditamos"

(A. G. Roemmers)

Trecho do livro "O retorno do Jovem Príncipe", página 45


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"Naquele momento, entendi por que, quando viajo, não levo fotos de meus entes queridos: é porque a imagem que levo deles em meu coração é muito mais vívida. "

(A. G. Roemmers)

Trecho do livro "O retorno do Jovem Príncipe", página 44


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"[...] - Desconfie daqueles que destroem seus sonhos com a desculpa de que estão lhe fazendo um favor, porque geralmente eles não têm nada para oferecer em troca!"

(A. G. Roemmers)

Trecho do livro "O retorno do Jovem Príncipe", página 31


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"Às vezes, sem perceber, nós, adultos, jogamos com os mais profundos sentimentos das crianças e destruímos coisas muito mais valiosas que qualquer objeto que elas possam quebrar."

(A. G. Roemmers)

Trecho do livro "O retorno do Jovem Príncipe", página 29


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"As pessoas às vezes são como ostras. Tudo o que temos de fazer é esperar, até que elas entreguem a pérola que trazem no seu interior."

(A.G. Roemmers)

Trecho do livro "O retorno do Jovem Príncipe", página 27


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"- Pense em você mesmo como um rio que deve avançar a qualquer custo. Você procura evitar as montanhas, tentando descobrir o caminho de menor resistência. As dificuldades - prossegui - são como as pedras que encontra no caminho. Se você as arrasta consigo, elas acabam formando um dique que vai barrar seu caminho. Mas se você souber superar cada uma delas conforme forem aparecendo, seu fluxo vai ser constante e suas águas, cristalinas, como se a fricção nas pedras aumentasse seu brilho. Você pode se sentir culpado, indigno de tanto brilho; então vai encontrar lama, para turvar suas águas. Você pode se tornar preguiçoso e ficar pelas planícies, até se extraviar em meio aos pântanos. Você pode se tornar intrépido demais e virar uma cachoeira num precipício, ou entrar em cânions tortuosos onde acabará se perdendo. Você pode endurecer sua alma até suas águas se transformarem em gelo, ou pode se evaporar nas carícias do deserto."

(A.G. Roemmers)

O retorno do Jovem Príncipe, página 17


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"De forma alguma - disse eu. - Existem aqueles que não conseguem encontrar a chave. Não porque não tenham imaginação, mas porque não experimentam duas ou três vezes as chaves que têm à disposição. E às vezes não experimentam nem uma vez. Querem que a chave seja colocada na mão deles ou, ainda pior, querem que alguém abra a porta para eles.
- Todos são capazes de destrancar uma porta?
- Se você estiver convencido de que pode, provavelmente é capaz. Mas se acreditar que não pode é quase certo que não vai conseguir.
- O que acontece com aqueles que não conseguem destrancar a porta?
- Devem tentar várias vezes, até conseguirem, ou nunca vão ser capazes de explorar plenamente o potencial que têm. - Então, como que pensando em voz alta, acrescentei: - Não adianta perder a calma, culpar a porta e ficar lutando contra ela, pois vamos acabar nos machucando. Nem devemos nos resignar a viver deste lado da porta, sonhando com o que pode haver no outro lado.
- Mas não há algum motivo válido para não abrirmos a porta? - insistiu o jovem, como se estivesse resistindo a alguma coisa.
- Pelo contrário! - exclamei. - As pessoas desenvolveram uma enorme capacidade para se justificar. Você pode justificar sua incapacidade pela falta de afeto, pela falta de estudo ou pelo sofrimento que suportou. Pode convencer a si mesmo de que não cruzar o umbral é a coisa certa a ser feita, pois pode haver perigos e ameaças à espreita no outro lado. Ou pode declarar cinicamente que não está interessado no que poderá encontrar. Isso tudo não passa de maneiras de esconder a dor causada pelo fracasso. Enquanto você demora a enfrentar o obstáculo em seu caminho, a dificuldade se torna maior e você, menor. Em outras palavras, quanto mais tempo carrega um problema, mais pesado ele se torna."

(A.G. Roemmers)

Trecho do livro "O retorno do Jovem Príncipe", página 14


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"[...] - Ah - disse o jovem. - Os cegos veem o que ninguém mais ousa ver. Eles devem ser as pessoas mais corajosas de todas."

(A.G. Roemmers)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", página 113


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"A proximidade da morte faz com que algumas sensações ganhem outro significado. Não sei quanto tempo terei ainda nem sei explicar a experiência que vivi."

(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", página 107


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"Um abraço muda muita coisa."

(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", página 107


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"- Se eu fosse um rei, no meu reino, jamais um abraço seria recusado."

(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", página 107


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"[...]Não era ódio. Era ausência de abraços."

(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", pág. 104-105


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"[...] - Olhar no espelho não é necessariamente uma coisa ruim. Depende de quem olha. De como olha.
- Na estação do espelho, eu só vi espelho. Quer dizer, eu só vi a mim mesmo. Ou melhor, eu não me vi.
- Isso é um problema do espelho ou seu? [...]"

(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", página 100


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"[...] Ser feliz é uma escolha. Não é preciso entrar em uma máquina para sair satisfeito. Não. Isso é loucura. A felicidade é muito mais digna do que a satisfação e o desejo. A satisfação vai embora e quer mais. O desejo não quer ser saciado, ou melhor, depois de saciado quer mais. A felicidade é diferente do desejo e da satisfação. Ela é contínua como o rio da minha infância. Sabe para onde vai e não para, porque não precisa parar."

(Gabriel Chalita)

O Pequeno Filósofo, pág 94-95


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"- Você não sabe?
- Se soubesse, talvez tivesse vivido de outra forma.
- Nunca se sabe o suficiente, não é mesmo?
- Acho que nunca se sabe nada.
- Gostamos das receitas prontas, mas não é assim que é.
- Eu sempre segui o que me disseram. Só não fiz aquilo que não consegui.
- E o que você não conseguiu?
- Entender.
- Entender?
- Se cada um conseguisse entender o que tem de fazer no mundo, tudo seria mais simples.
- Simples?
- Corremos atrás do nada e o nada naõ nos dá trégua.
- E por que, então, corremos?
- Porque os que vieram antes também correram. E talvez corram os que virão depois.
- E o que mais?
- E novas máquinas serão criadas. E cada vez mais os sentimentos ficarão trancados em algum lugar."


(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", pág.86-87


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"[...]
- Guerra?
- Guerra, sim, menino. Você não sabe nada da vida. Guerra. As pessoas são falsas, mesquinhas. São monstros. É uma guerra em que os interesses falam muito forte. Cada um pensa em si mesmo. É como se vivêssemos em redomas. É parecido com esta estação. Acho que estou um pouco confuso.
- Eu entendo. O que não entendo é por que não fazemos nada para mudar. Por que nos acostumamos com o que não nos faz bem?
- Ah, menino! Como eu gostaria de acreditar que haverá um dia em que os interesses serão maiores pela essência do que pela aparência! Um dia em que os nossos sentimentos poderão ser convidados a conviver, sem disfarces, com os nossos outros convidados. Como eu gostaria de acreditar que haverá um dia em que a palavra essencial será o respeito! Isso mesmo, o respeito. O outro não será descartável. Nada de redomas, menino! Mas não sei se ainda consigo acreditar nessas coisas. [...]"

(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", página 81


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"É impressionante como nos impressionamos com o que não deveríamos nos impressionar. É assim mesmo. Tantos detalhes toscos valorizados, e o qu, de fato, importa, desperdiçamos. Eu não vi o menino comigo naquele espelho gigante. Não vi nada além de mim mesmo. Ou melhor, não vi a mim mesmo. Eu não sou a carcaça, sou a essência. Será que, quando se esquece da essência, fica-se com o desnecessário? Mas a carcaça é também necessária. Ou não? Será isso o egoísmo?"

(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", página 80


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"- Nada mais necessário do que os sentimentos. Nada mais importante do que os sentimentos."

(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", pág. 75-76


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"[...] - Sempre há tempo.
- Por que será que não dizemos o que deveríamos? Por que será que não limpamos a sujeira e voltamos a ser como éramos antes? Somos diferentes. O silêncio nos incomoda tanto quanto o barulho. Não somos máquinas, menino. Não fomos feitos por máquinas. E mesmo nesta época de tantas máquinas, o essencial está nas mãos que conseguimos enlaçar, nos abraços que conseguimos dar. Toda a beleza da música irá se esvair enquanto não conseguirmos compreender o amor em que nascemos e o amor em que haveremos de crescer. Se não enfrentarmos a nossa solidão, a música será incapaz de nos levar à tenda preparada cuidadosamente para o que virá depois. Sozinhos, não háverá depois."

(Gabriel Chalita)

O Pequeno Filósofo, pág 73-74


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"-Você ainda está aí?
- O que acha?
- Nós nos perdemos na estação de música.
- Não. Eu estava com você.
- Eu não te vi.
- Isso acontece.
- O que acontece?
- Estar com alguém e não ver.
- Você está dizendo que eu sou assim?
- Você é que está dizendo.
E continuou o pequeno filosófo:
- Sabe, o mundo dos invisíveis está mais perto do que se imagina. Eles estão por toda parte, mas talvez a pouca luz dificulte encontrá-los. Não é que não exista luz necessária, é que os olhos vão se acostumando com a penumbra e não enxergam. Não é que a penumbra não seja agradável. É que o aconchego não pode se transformar em acomodação. Os acomodados têm uma doença aparentemente incorrigível. Não conseguem ver ao longe. E o que veem de perto, veem desfirgurado. Fazemos falsas imagens de quem está ao nosso lado e desistimos rapidamente. É sempre assim. Descrever os defeitos parece nos convencer das ausências de qualidades. É assim com os pais, por exemplo."

(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", página 72


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"[...] Sim, há dizeres que são necessários. Outros são secundários. Mas os necessários precisam ser ditos, e o que dizemos geralmente são os secundários. Por que será? Por que perdemos tanto tempo com o que não é necessário? Talvez por isso, e por não sermos donos da fábrica do tempo, é que não temos tempo para o necessário. Triste constatação!"

(Gabriel Chalita)

O Pequeno Filósofo, página 43


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"[...]
- Gosto de paz.
- E como se constrói a paz?
- Ficando longe de brigas.
- Interessante!
- Por quê? Não é assim?
- Ninguém constrói nada ficando longe...
- O sentido do que eu disse é o de não brigar.
- Eu entendi, mas a paz não é ausência de briga ou de guerra. A paz não é inação. É movimento.
- Por que as pessoas naquela estação não tinham paz? Eram cegas?
- Há muitas formas de cegueira.
- Sim, mas elas trombavam umas nas outras e se feriam. E não se importavam com isso.
- Com o tempo, se as pessoas não aprendem, elas deixam de se importar."

(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", página 38


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"- Nem tudo tem explicação."

(Gabriel Chalita)

O Pequeno Filósofo, pág 26-27


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"[...]
- Bom ensinamento.
- Observar?
- Exatamente. Observar. Sem pressa.
- Você é um menino. Você não precisa ter pressa. Eu tenho pressa.
- De quê?
- De várias coisas. Aliás, todo mundo tem pressa.
- Todo mundo? Não. Todo mundo é demais. A generalização é um caminho para a injustiça: "Todo mundo", "ninguém", "o tempo todo", "nunca". "

(Gabriel Chalita)

O Pequeno Filósofo, pág 11-13


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"Recordo-me de um dos nossos primeiros diálogos.
- Por que você não deu um sorriso quando ela brincou com você? - ele me perguntou.
- Está falando comigo?
- Só estamos nós dois aqui.
- Eu não prestei muita atenção. Não percebi que era uma brincadeira.
- Você não prestou atenção.
- Engoliu o disco?
- Não. Nem vi.
- É uma maneira de dizer.
- O quê?
- Uma maneira de dizer que você está se repetindo.
- E há algum mal nisso?
- Há.
- Há tanta coisa que se repete e é tão bonita.
- Como o quê?
- Você não sabe?
- Não.
- Viu como o dia está hoje?
- Vi.
- Não. Você não viu.
- Bem. Então, estou vendo agora.
- Já passou.
- O quê?
- Aquele instante.
- Qual instante?
- Aquele em que eu lhe perguntei se tinha visto como o dia estava bonito.
- Sim. Mas há outro instante agora. E depois haverá outro.
- Você tem razão. Mas aquele já foi. Que pena! Foi tão bonito!
- Bem, eu nem sei o que dizer. [...]"

(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", página 25


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"- Quem presta pouca atenção não se lembra de quase nada."

(Gabriel Chalita)

Trecho do livro "O Pequeno Filósofo", página 21


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"- A imaginação é a capacidade de representar imagens e depende da ação de vários sentidos. É preciso utilizá-los. A visão, por exemplo, faz com que imagens possam ir penetrando no nosso subsolo, lá permanecendo, até se transformarem em conceitos. Os conceitos nos lembram de coisas que já vimos e não mais podemos ver. É como se guardássemos em gavetas as tantas imagens que presenciamos. Vez ou outra, abrimos as gavetas para matar a saudade ou para simplesmente relembrar. "


(Gabriel Chalita)

O Pequeno Filósofo, pág 16-17


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"[...]
- Pessoas não são brinquedos.
- E o que são brinquedos, então?

Ele respirou como se estivesse em um momento único. E fechou os olhos. E sorriu.

- Brinquedos são lascas de superficialidades essenciais que...
- Ou são supérfluos ou essenciais.
- É! Você não consegue entender.
- Então explique, menino!
- Há coisas que não podem ser explicadas.
- Sei! Essas respostas, as pessoas dão quando não têm respostas.
- E por que é preciso ter respostas?
- Porque, quando alguém pergunta, espera um resposta.
- A pergunta é bonita por ser pergunta. A resposta muitas vezes estraga a pergunta.
- As pessoas curiosas é que gostam de perguntar.
- A boa curiosidade aponta um sabor de novidade que faz muito bem."



(Gabriel Chalita)

O Pequeno Filósofo, pág. 14-15


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"[...]
- Eu sei.
- Você sabe tudo?
- Não. Só sei o que é necessário.
- E o que é necessário?
- Coisas simples.

Simplicidade era seu tema preferido. O pequeno filósofo, quando não falava, olhava e ria sozinho de coisas corriqueiras. O banal tornava-se extraordinário naqueles olhos cheios de esperança. Parecia que ele guardava algum segredo. E que o seu segredo era sagrado. Eu havia me acostumado a conviver com homens cheios de confiança no que diziam. Homens que não conviviam com a dúvida. A certeza sempre me pareceu ignorância. Só os incultos têm tanta certeza. Ou melhor, os semicultos. Exatamente. Aqueles que sabem muito pouco e, do pouco que sabem, julgam que sabem muito. Saber muito é outra coisa. É saber que não se sabe. Humildade. Das margens, não se é possível conhecer o rio, ainda mais à noite."


(Gabriel Chalita)

Trecho do livro Dom Casmurro, capítulo LXXXIV


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"Toda hora é apropriada ao óbito; morre-se muito bem às seis ou sete horas da tarde."

(Machado de Assis)

Trecho do livro Dom Casmurro, capítulo LXVIII


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"Não só as belas ações são belas em qualquer ocasião como são também possíveis e prováveis, pela teoria que tenho dos pecados e das virtudes, não menos simples que clara."

(Machado de Assis)

Trecho do livro Dom Casmurro, capítulo LXVII


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"Não paguei uns nem outros, mas saindo de almas cândidas e verdadeiras tais promessas
são como a moeda fiduciária,--ainda que o devedor as não pague, valem a soma que dizem."

(Machado de Assis)

Trecho do livro Dom Casmurro, capítulo LXIII


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"Um só ponho, e no menor número de palavras, ou antes porei dous, porque um nasceu de outro, a não ser que ambos formem duas metades de um só. "

(Machado de Assis)

Trecho do livro Dom Casmurro, capítulo LXII


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"[...] Há alguma exageração nisto; mas o discurso humano é assim mesmo, um composto de partes excessivas e partes diminutas, que se compensam, ajustando-se. "

(Machado de Assis)

Trecho do livro Dom Casmurro, capítulo LV


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"Perde-se a vida, ganha-se a batalha!"

(Machado de Assis)

Trecho do livro Dom Casmurro, capítulo XXXIV


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"[...] Talvez abuso um
pouco das reminiscências osculares, mas a saudade é isto mesmo; é o passar e repassar das
memórias antigas [...]"


(Machado de Assis)