Archive for maio 2013

Trecho do livro "Le passage de la nuit", página 66


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"[...] 'T'as un petit ami?'
Mari fait non, d'un bref mouvement de tête.
'Pour le moment, les garçons ne m'intéressent pas spécialement.
- Tu préfères les filles?
- C'est pas ça. Je sais pas trop."

(Haruki Murakami)

Trecho do livro "Le passage de la nuit", página 20


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"- Aaah... d'accord! Alors, des soeurs peuvent être aussi différentes dans leur façon de vivre.
- Parce qu'on ne vit pas la même vie."

(Haruki Murakami)

¡Tchau Radar!


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Só um rascunho
A folha está cheia deles
Riscos e palavras
Procurando um caminho

Só um caminho
A vida está cheia deles
Meu destino eu faço
Traço passo a passo

Sou um rascunho
Pelo jeito a mão tremia
Pelo jeito pretendia
Passar a limpo outro dia

Hoje estou só
Hoje estou tão cheio deles
Sou um rascunho
Procurando um caminho

Fica pra outra dia
Ser uma obra-prima
Que não fede nem cheira
Não fode e nem sai de cima

Fica pra outra hora
Ser alguém importante
Se o que importa não importa
Não dá nada ser irrelevante

Só um rascunho
Um risco na mesa do bar
Carnaval sem samba
Outra praia, mesmo mar

Só um rascunho
Um torpedo de celular
Sem sinal na área
Sem chance de chegar

Não fica pronto nunca
Não há final feliz
Não há razão pra desespero
Ouça o que o silêncio diz

Não tem roteiro certo
Não espere um "gran finale"
Tão pouco espere amiga
Que a minha voz se cale

Fica pra outra dia
Ser uma obra-prima
Que não fede nem cheira
Não fode e nem sai de cima

Fica pra outra hora
Ser um cara importante
Se quem importa, não se importa
Tchau radar, vamos adiante

Fica pra outra dia
Ser uma obra-prima
Que não fede nem cheira
Não fode e nem sai de cima

Fica pra outra hora
Ser um cara importante
Se o que importa, não me importa
Tchau radar, vamos adiante

(Esteban & 1berto Gessinger)

Acabou, não vai voltar


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Os dias escorrem por entre os dedos, quando se percebe já passaram-se anos. O tempo não vai voltar. Por maior que seja o desejo de voltar no tempo para viver mais intensamente e aproveitar melhor parte do que já se passou, esse tempo já se passou. Tudo o que resta são lembranças e recordações de momentos que jamais se repetirão. Apenas lembranças. Acabou, não vai voltar.


It’s never come back. It’s over.


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fumaça qualquer
a matéria faz
o que a matéria
quer

(Paulo Leminski)


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where?
us?
ask 
the bus

(Paulo Leminski)


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my problem
only hurts
when it burns

(Paulo Leminski)

Loosing my religion


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"[...] What if all these fantasies
Come flailing around [...]"

Trecho do livro "Adeus, China - o último bailarino de Mao", página 322


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"[...] Eu me sentia um pássaro liberto da gaiola que podia voar em qualquer direção."
(Li Cunxin)

Trecho do livro "Adeus, China - o último bailarino de Mao", página 279


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"[...] Minha família viveria por meio século com a quantia que Ben gastara em um só dia. Era incompreensível. Eu estava chocado e triste. Como podia haver tal desigualdade no mundo?"
(Li Cunxin)

Trecho do livro "Adeus, China - o último bailarino de Mao", pág. 60-62


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"Ele se sentou perto de mim, passou o braço pelos meus ombros e começou:

Era uma vez um sapo que vivia em um poço pequeno, mas muito fundo. Ele não sabia nada do mundo. O poço e o pedaço de céu que conseguia ver eram seu universo.
Um dia, ele encontrou outro sapo, que vivia do lado de fora.
- Por que não desce e vem brincar comigo? É divertido aqui - convidou.
- O que tem aí embaixo? - perguntou o outro.
- Tudo: água, correntes subterrâneas, estrelas, às vezes a Lua e até objetos voadores que vêm do céu - respondeu o sapo do poço.
O sapo da terra suspirou.
- Meu amigo, você vive confinado. Não sabe o que tem no mundo.
O sapo do poço não gostou de ouvir aquilo.
- Não me diga qeu existe um mundo maior do que o meu! Meu mundo é grande. Aqui, vemos e sentimos tudo o que o mundo tem a oferecer.
- Não, amigo. Você só consegue ver o mundo pela abertura do poço. O mundo aqui fora é enorme. Gostaria de lhe mostrar o quanto é grande - rebateu o sapo da terra.
Agora, sim, o sapo do poço estava zangado.
- Não acredito! Você está mentindo! Vou perguntar ao meu pai - e contou ao pai a conversa que tivera com o sapo da terra.
- Filho, o seu amigo está certo. Ouvi dizer que existe um mundo muito maior lá em cima, com muito mais estrelas do que podemos ver daqui - o pai respondeu com tristeza na voz.
- Por que nunca me disse isso? - o sapinho perguntou.
- Para quê? O seu destino é aqui embaixo, neste poço. Não há como sair daqui.
- Eu posso! Eu consigo sair! Vou lhe mostrar - argumentou o sapinho.
Ele pulou e saltou, mas o poço era muito fundo, e a terra estava longe demais.
- Não adianta, filho. Eu tentei a vida toda. Seus avós fizeram o mesmo. Esqueça o mundo lá em cima. Contente-se com o que tem ou vai viver infeliz.
- Quero sair, quero ver o mundo grande lá fora! - o sapinho chorava decidido.
- Não, filho. Aceite o destino. Aprenda a viver com o que lhe foi dado - continuou o pai.
Assim, o pobre sapinho passou o resto da vida tentando escapar do poço escuro e frio. Mas não conseguiu. O grande mundo lá em cima continuou sendo apenas um sonho.

- Pai, estamos em um poço? - perguntei.
Ele pensou por alguns instantes.
- Depende do ponto de vista. Se você olhar este lugar de cima para baixo... então, estamos, sim, em um poço. Mas, se olhar de baixo para cima, não. Você diria que estamos no céu? Não, definitivamente não.
Muitas vezes, pensei naquele pobre sapo e me senti triste e frustrado. Vivíamos todos presos em um poço, também, e não havia saída.
Então, usaria minhas pipas para enviar mensagens aos deuses. Entrei em uma vala para me proteger do vento gelado, levando comigo dezenas de tirinhas de papel. Peguei uma tira, molhei as pontas com saliva e a prendi na linha, deixando que o vento forte a levasse até a pipa.
[...] Às vezes, eu me zangava com os deuses, acusando-os de não serem justos; em seguida, arrependia-mee pedia perdão. [...]
O mais importante de todos, porém, foi o último pedido. Enrolei uma terceira tira de papel em volta da linha e desejei sair do poço escuro e profundo. Confessei aos deuses meus sentimentos mais íntimos. Disse que sonhava com coisas lindas que não possuía. Pedi mais comida para minha família. Pedi que me tirassem do poço e que eu pudesse ajudar meus pais e irmãos. Minha imaginação viajou para longe, muito além da pipa, até um lugar especial e só meu."
(Li Cunxin)