Trecho do livro "O estrangeiro", pág. 80-81


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"E, com as horas de sono, as recordações, a leitura dessa ocorrência e a alternância da luz e da sombra, o tempo passou. Tinha lido que na prisão se acaba perdendo a noção do tempo. Mas, para mim, isso não fazia sentido. Não compreendera ainda até que ponto os dias podem ser, ao mesmo tempo, curtos e longos. Longos para viver, sem dúvida, mas de tal modo distendidos que acabavam por se sobrepor uns aos outros. E nisso perdiam o nome. As palavras "ontem" ou "amanhã" eram as únicas que conservavam um sentido para mim."
(Albert Camus)

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