Trecho do livro "Tempo de esperas - o itinerário de um florescer humano", pág. 9-10


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"A escrita é uma aventura perigosa. Nela o coração humano se resgistra e se revela. O envelope resguarda o segredo, acoberta o infortúnio que gerou as palavras, segreda os motivos que o esboço da escrita não alcança, veda os espaços para que o sentimento não fuja, nem se perca pelo caminho. A palavra segura o significado do vivido, desafia o tempo, engana a cronologia. A vida vivida encontra abrigo na casa da palavra. A tenda do significado se avoluma. O que a palavra sabe de si mesma é misteriosamente emprestado à dor que até então doía sem ter nome. A dor pagã ganha batismo. Do obscuro ventre, alça o socorro do significado, vem à luz e acomoda-se nos estreitos territórios da palavra."




(Pe. Fábio de Melo)

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