Trecho do livro "Tempo de esperas - o itinerário de um florescer humano", página 43


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"Há sempre um perigo no amor que tem utilidade. Enquanto o outro exerce alguma função na nossa vida, corremos o risco de não experimentar o amor gratuito. Meu caro Alfredo, a utilidade pode parecer amor, mas não é. Amor que se fundamenta na utilidade que o outro tem corre o risco de se transformar em abandono num futuro próximo.
Quando queremos o outro só por causa da utilidade que tem para nós, agimos para satisfazer nossas necessidades. Amamos até o dia em que o outro nos é útil. No dia em que deixa de ser, mandamos embora, dispensamos. Esse é apenas um exemplo de uma contradição que só pode ser resolvida na prática da vida. É possível amar os inúteis? Na teoria não, mas na prática, sim."

(Pe. Fábio de Melo)

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